A Educação a Distância é uma modalidade de Ensino que vem se
desenvolvendo no Brasil com muita eficiência e eficácia na sua implantação e
implementação por órgãos credenciados e competentes para esse serviço. Ela não
foi pensada apenas para adultos com “idade determinada”, mas sim, para uma
demanda social que queira prosseguir nos estudos levando em consideração a
localidade onde mora e as condições socioeconômicas da comunidade da qual
necessita. Alguns estudiosos como: Malcolm Knowles [1970] aponta “[...] que para
a aprendizagem de adultos existe uma ciência própria chamada de andragógia”.
Segundo essa ciência, ajuda o adulto a aprender levando em consideração as
condições de repensar a realidade, e ou conviver melhor com a
transdisciplinaridade, colocando-se como sujeito no centro da dinâmica da vida,
contrapondo a ciência que trata do aprendizado das crianças e jovens que é a
teoria da pedagogia.
A Educação a Distância tem amparo legal na LDB Nº 9.394/96, no Art. 80,
onde estabelece que o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades
de ensino, e de educação continuada, sendo regulamentado por Decreto 5.622/2005
com suas especificidades. Embora a Educação a Distância seja uma modalidade de
ensino submetida à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, (LDB 9.394/96), esta
modalidade de ensino possui leis anteriores, desde as décadas de 60 e 70, do
século passado, existem regras que regem a sua regulamentação.
A Educação a Distância é um processo de ensino-aprendizagem mediado por
tecnologias, em que professores e alunos interagem separados espacial ou
temporalmente, sendo necessário desenvolver propostas quanto ao conteúdo,
métodos, avaliação e materiais coerentes com as especificidades do curso. Por
desenvolver atividades on-line os recursos da WEB são as ferramentas utilizadas
colaborando para a expansão de possibilidades de uso para a obtenção do
conhecimento e da aprendizagem enquanto modalidade educacional. O estudioso (Sacristan,
1998), vê a “metodologia como as estratégias que o professor utiliza para
ajudar o aluno na construção do conhecimento a partir dos instrumentos
conceituais e dos recursos para a concretização dessa relação”.
As especificidades na Educação a Distância requer uma comunicação bem
definida entre professor X alunos X tutor, cada um cumprindo o seu papel nos
processos de interação para desencadear o desenvolvimento da aprendizagem do
estudante, bem como a sua autonomia. O material didático deve ser claro, de acessibilidade
quanto a linguagem, de fácil entendimento, podendo ser usados vídeos, filmes,
material lúdico diversificado, ambiente com animação, onde a aluno sinta-se
atraído a buscar maior aprofundamento
das questões de conhecimento que estão sendo abordadas.
Outra situação importante é a proposta pedagógica, que requer definições
claras e de alcance do estudante, sendo colocadas todas as alternativas de
informações quanto à metodologia usada, o conteúdo, o cumprimento dos prazos de
entrega das atividades de interação e a forma de avaliação, bem como o
acompanhamento (feedbacks) por parte do tutor dos acessos constantes, para não
perder de vista a produção acadêmica do estudante.
Percebe-se que, o futuro da Educação a Distância é visto com otimismo por
muitos educadores. Essa modalidade de ensino está crescendo a cada ano, de 2004
a 2007 cresceu 54,8%. Segundo Luciano Sathler, pró-reitor da EAD da Metodista.
“A educação a distância não é uma opção, é o futuro. Quem estiver fora da Educação
a Distância nos próximos anos está fora da educação”. “Há uma mudança no perfil
do aluno, no mercado e na maneira como a sociedade enxerga de que forma o
conhecimento é disseminado. A Educação a Distância é a resposta para esses três
níveis de mudança de paradigma”, justifica. Desta maneira, acreditamos ser a
Educação a Distância o modelo para boa parte da educação do futuro. Vale, no
entanto refletirmos sobre a necessidade de aperfeiçoamento (capacitações) para
os profissionais que atuam nessa modalidade de ensino (gestores, professores,
tutores), desses três segmentos, que exige uma postura nova frente aos desafios
e incorporar a prática pedagógica ao contexto digital perpassando por todas as
estratégias metodológicas de abordagem dos conteúdos. Dessa forma poderá evitar
problemas e insucesso da EaD.
O momento é bem propício para a EAD em todo o Brasil, embora no nordeste ainda
precise investir bastante nesses cursos, em comparação as demais regiões. Mesmo
assim, há perspectivas positivas para a modalidade que irá contribuir para a
expansão do ensino brasileiro. Segundo o diretor da UAB, Celso Costa, o futuro
da EAD depende das ações do governo, das instituições e da sociedade, sendo
traçado em função do desenvolvimento da educação.
REFERÊNCIAS
COSTA, Celso. UAB e Unasus: formação
profissional de nível superior na modalidade à distância.
<http://www.ead.fiocruz.br/noticias/index.cfm?matid=13506>.
Acesso em: 26 de jun. 2012.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário
Oficial da União. Brasília, DF, 23 dez. 1996.
BRASIL. Decreto n° 5.622/2005. Regulamenta a educação continuada.
SACRISTAN, Gimeno, (1998), O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto
Alegre: Artmed.
KNOWLES,
Ma2Q1lcolm S. The modern practice of adult education: andragogy versus
pedagogy. New York: Association Press,1970.
Maria Nilba dos Santos Paiva
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